Complexos

Acho que foi lá pelos meus 18 anos, assim que entrei na universidade, que tive, pela primeira vez, a percepção que "não importa de onde eu venho, importa quem eu sou e o que eu faço". E não foi o fato de ter entrado na universidade (embora tbm tenha contribuido) foi as relações que se deram durante o período acadêmico. Só conto os detalhes pessoalmente. (Me chama pra tomar café KKK). Bom, o ponto é que hoje, ao acordar, relembrei da situação do passado e contei pra uma viajante que aqui se encontra. Enquanto falávamos dos vários complexos "superioridade X inferioridade" ela me contou que o processo com ela se deu aos 20, na Europa. Lá estava ela indo fazer um teste pra estudar dança numa escola e, completamente "noiada", por ser Latina Americana. "Essas meninas são muito melhores, Bla bla bla" e todo o mesmo processo de auto sabortamento que quem já passou sabe. Ao final, ela não passou, mas recebeu o Feedback da comissão alemã, que foi: "você se fecha em si. Sua Técnica é boa. Mas precisamos alguém que não se esconda. Dançar requer se mostrar sem medo.". (segura essa tapa). Pronto. E lá estava o "complexo de colonizado" se mostrando pra ela. E eu achando que só o povo pobre tinha complexo de inferioridade. Já aprendi que existe outros complexos aí: complexos de inferioridade de gente que não é pobre. Agora é descobrir qual é. Já os complexos de superioridade do povo "classe media/alta" eu já tou sabida. Kkk. No final, cá estávamos nós duas, em pé de igualdade, com histórias parecidas de cura, em processos diferentes, trajetórias econômicas diferentes e opostas, mas que conseguimos superar, cada qual à sua maneira, os complexos da vida.. (esse, vai saber os outros KK) Viver é, sem dúvida, aprender a se curar. Vamos que vamos! .

Foto: ela que morou anos na Alemanha, me recordou o tempo que lá morei. A Alemanha nos unindo. Olha só.

Comentários

Postagens mais visitadas