Comer é um ato Politico


Esses dias eu me peguei pensando sobre "o se alimentar". Se comer é um privilégio, para alguns, quando visto num contexto e recorte de classe, imagina "se alimentar?" Vivemos em uma sociedade tão profundamente desigual que, comer, o puro e simples ato de ingerir nutrientes, se torna um privilégio. Enquanto a humanidade caminha a passos rápidos para um mundo cada vez mais tecnológico, industrializado, moderno...contraditoriamente e, no retrocesso, ainda não conseguimos resolver o básico, o mínimo. Caminhando pelas ruas pavimentadas de Salvador e sua ornamental orla reformada, encontro, na beira das calçadas, os invisíveis marginalizados...a escória. A cidade chega a ser cruel. Eles estão aí, eles, os humanos invisíveis. Que contraste. Toda vez que venho na cidade é um misto de felicidade com melancolia. É um mundo real e artificial ao mesmo tempo...mas, não é sobre a cidade que eu queria falar..era sobre o comer, o se alimentar...é possível fazer isso na cidade? Neste ritmo frenético de busca do "sucesso"? Entro em um supermercado chique da orla e encontro uma " pipoca caramelizada gourmet" com toques de macadâmia por uns 15 reais. O que está acontecendo? São mundos paralelos que se mesclam sem se misturarem. De um lado os que não comem e, anos luz de se alimentarem e, do outro, os que de tanto se alimentarem, precisam reinventar o comer.

                                   Bom, enquanto a mim, sigo caminhando!


Foto: restaurante Rango Vegan (Salvador - Bahia/Brasil)

Comentários

Foca.JR disse…
Cozinhar realmente é um ato revolucionário! !!

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